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Receitas para aumentar o paladar do leitor

Se você fizer um bolo de cenoura delicioso para a criança e oferecê-lo dizendo que ela tem que comer, porque a cenoura é rica em vitamina A e os ovos são fonte de proteína; em vez de pensar que vai experimentar algo gostoso, ela vai provar por obrigação, por ser rico nisso e naquilo, e não vai desfrutar do prazer de comê-lo.

Porém, se deixar a criança sentir o cheiro do bolo saindo do forno, cortar uma fatia para você e uma para ela, sentar-se junto no sofá ou em algum canto bem aconchegante, e compartilhar, feliz, aquela atmosfera afetiva, a criança vai querer repetir aquele momento: fazer mais bolos, saborear, … E depois pode descobrir e achar interessante saber que, além de delicioso, ele ainda contém os ingredientes tais e tais, e faz bem à saúde.

Deixar comidas saudáveis ao seu alcance, oferecer um prato apetitoso, demonstrar o seu prazer em comer, apresentar alimentos diferentes, dividir momentos à mesa, são gestos que atiçam e enriquecem o paladar.  Isso ocorre com qualquer tipo de alimento, inclusive quando se trata de livros.

Deixe os livros ao alcance da criança.  Em casa, na biblioteca ou na livraria, ajude a escolher, escolha ou deixe ela abrir o livro que quiser.

Deixe a criança se atrair pelas capas, pelo formato, pelas letras, pelo tamanho, pelo cheiro das páginas.

Um bolo de cenoura saído do forno é o livro que a criança acabou de pegar na prateleira.  Uma maçã vermelha é uma capa estonteante.  Um macarrão suculento é aquela ilustração surpreendente.  Um brigadeiro puxa puxa é a primeira frase de uma história que não deixa a criança se desgrudar mais do livro.

Quanto mais diversidade, mais possibilidades.  Quanto mais escolhas, mais descobertas. Versos, histórias de princesas, robôs, seres fantásticos, sereias, dragões, elfos, fadas, monstros e heróis puxarão os leitores para viagens fascinantes, pelos mais distintos universos, seja parada, seja de avião, a pé, a cavalo, de camelo, de trem, de foguete, ou com as próprias asas.

Assim como as comidas, a literatura precisa ser saboreada.  Ela nutre a sensibilidade, a imaginação, a empatia.  Mas isso só acontece com um ingrediente indispensável para uma boa digestão: o amor.

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